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Câncer de Ovário e seus fatores de risco e proteção

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O câncer de ovário representa o sétimo câncer mais comum em mulheres. Entre os tumores ginecológicos é a segunda neoplasia mais comum nos EUA. Estima-se 22.000 casos-novos por ano e 14.000 casos de morte ao ano nos EUA. No Brasil conforme dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) em 2016 a estimativa foi de 6.150 casos-novos e em 2013 o número de mortes relacionadas a este tipo de câncer foi de 3.283.

Cerca de 95% das neoplasias ovarianas são chamadas de tumores epiteliais e o restante são tumores germinativos e do cordão sexual. Nesse artigo irão ser destacados os fatores de risco e de proteção das neoplasias epiteliais do ovário.

Fatores de risco

Fatores hormonais, ambientais e genéticos estão associados ao câncer de ovário. Para pacientes com história familiar positiva para câncer de ovário existem algumas pistas que devem ser observadas, entre elas: diagnóstico de câncer de ovário em familiares de primeiro ou segundo grau (tanto da linha materna quanto paterna) e com idade precoce (antes do 50 anos), ou duas ou mais gerações de familiares com diagnóstico desta neoplasia. Há também para este tipo de câncer alguns fatores ou síndromes genéticas relacionados, como:

  • Síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário não polipóide) está associada a outros cânceres além do câncer de cólon, em particular endométrio, ovário, urogenital e outros cânceres primários gastrointestinais. Nesta síndrome temos cerca 3 a14% de chance de desenvolver câncer de ovário em idade mais precoce que a população em geral.
  • Câncer de mama e ovário geralmente estão associados com a mutação do gene BRCA1 ou BRCA2. Em pacientes com mutação do BRCA1 o risco de desenvolver câncer de ovário ao longo da vida é de 35 a 45%, enquanto que com a mutação do BRCA2 o risco é de 15 a 25%. A pesquisa desta mutação é feita através de teste genético.

Outro fator de risco é a idade, sendo que incidência de câncer de ovário aumenta com a idade. Em mulheres com 50 a 75 anos a incidência anual é de 50 por 100.000 mulheres.

Fatores reprodutivos e endócrinos também estão envolvidos, entre estes: infertilidade, síndrome dos ovários policísticos, endometriose, terapia hormonal na perimenopausa e pós-menopausa, menopausa tardia e menarca precoce. Na endometriose o risco de câncer de ovário é maior para alguns subtipos histológicos como, por exemplo, células claras, endometrióide e seroso de baixo grau. Nessas pacientes com endometriose existe um risco de 2,5% de neoplasia de ovário. O tabagismo também está associado com o aumento de casos de câncer de ovário, em especial os tumores mucinosos. A obesidade é outro fator que aumenta o risco de câncer de ovário. Mulheres com IMC (índice de massa corporal) maior 40kg/m² têm maior risco desta neoplasia quando comparadas as com IMC normal (IMC 18,5 a 24,9 Kg/m²). Alguns estudos demonstram também que o risco de morte por câncer de ovário é maior em mulheres obesas, quando comparadas com mulheres não obesas.

Fatores de proteção

O risco de câncer de ovário é menor em mulheres com história de: multiparidade, uso de contraceptivo oral, amamentação, histerectomia, salpingooforectomia (cirurgia que retira ovário e tuba uterina) e ligadura tubária. O uso de anticoncepcional oral prolongado também reduz a chance desta neoplasia, assim usando ele por 5 anos tem-se redução de 20% deste risco. Em pacientes portadoras de mutações dos genes BRCA1 ou 2 a cirurgia profilática para retirada de ovário e tuba uterina (salpingooforectomia profilática) reduz o risco da doença em até 96%.

Prevenção

Até o momento não existe um exame preventivo para o diagnóstico precoce deste tipo de câncer, como ocorre no câncer de colo uterino com o Papanicolau. Alguns estudos tentaram avaliar o papel da detecção precoce do câncer de ovário, porém em mulheres sem história familiar positiva para esta neoplasia ou síndromes genéticas os resultados não foram satisfatórios. Enquanto, que em pessoas portadoras das síndromes genéticas ou história familiar positiva exames como ultrassonografia transvaginal e pesquisa de marcador tumoral (CA 125) seriam interessante neste contexto.

Dra. Patrícia Mendes Arent. CRM/SC 13.963  Especialista em Cancerologia Clínica – RQE 12.386

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