Antigamente o tratamento do câncer de mama era sinônimo de mutilação. Todas as mulheres eram submetidas mastectomia, cirurgias extensas, com retirada de toda glândula mamária, inclusive os músculos abaixo da mesma e todos os linfonodos (as chamadas inguas) axilares.
O resultado estético não era satisfatório. Além disso, com o esvaziamento completo dos linfonodos axilares, as mulheres evoluíam com edemas crônicos (os “inchaços”) nos braços e com maior risco de infecções recorrentes.
Com o avanço da medicina novas técnicas surgiram e hoje em tumores iniciais, se indicado radioterapia após a cirurgia, pode-se tirar uma pequena parte da mama (cirurgia conservadora) e alguns linfonodos apenas, configurando o mesmo benefício que a cirurgia radical.
A técnica do linfonodo sentinela caracteriza-se pela identificação e retirada do primeiro linfonodo que faz a drenagem linfática da mama, e se este não estiver comprometido por células de tumor, não há necessidade da retirada de todos.
Como se sabe a maneira pela qual o tumor se dissemina, fica mais simples promover um tratamento menos agressivo.
Vale salientar que a cirurgia conservadora não é possível em todos os casos. Pacientes com tumores grandes, que ultrapassem 3cm ou com a mama muito pequena (desproporcional ao tamanho do tumor) por vezes não são elegíveis para este tipo de cirurgia. Em alguns casos pode-se também fazer quimioterapia antes da cirurgia visando a redução do tumor. Mas este já é assunto para outra discussão. Enfim, muitas são as possibilidades e tratamentos, ideal é sempre consultar um mastologista para que a melhor escolha seja feita.
Abaixo o link do estudo com cerca de 37.000 pacientes, publicado agora em junho na revista Lancet Oncology, que comparou em 10 anos a sobrevida das pacientes submetidas aos dois procedimentos e reafirmou que a cirurgia conservadora não deixa a desejar e não só pode como deve ser feita, seguida de radioterapia quando bem indicada (tumores iniciais)