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Quem deve realizar os exames de câncer de próstata

Câncer de próstata
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Novembro Azul é uma campanha para valorização dos cuidados com a saúde masculina. Entre estes, tem destaque especial a prevenção do Câncer de Próstata. Porém, ao contrário do Câncer de Mama (tema do Outubro Rosa), nem todo homem deve fazer os exames de rastreamento do câncer de próstata como rotina. É sobre este assunto que vamos tratar neste texto.

O que é o câncer de próstata.

A próstata é uma glândula exclusivamente masculina, localizada na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Envolve a parte superior da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. Sua função é produzir um líquido que vai ser parte do sêmen, liberado durante o ato sexual. Quando as células que formam a próstata apresentam crescimento descontrolado, formam-se os tumores cancerígenos – este é o câncer de próstata. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estão estimados 68.220 novos casos em 2018 no país. Esta é considerada uma doença da terceira idade, já que aproximadamente três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

Apesar dos avanços em diagnóstico e tratamentos, cerca de 25% dos pacientes com câncer de próstata ainda morrem devido à doença. Atualmente, cerca de 20% ainda são diagnosticados em estágios avançados. Estes números, no entanto, vêm diminuindo nas últimas décadas graças, principalmente, à maior conscientização da população masculina sobre os cuidados com a saúde.

Quais são os exames para investigar se o homem tem câncer de próstata.

São dois os exames realizados para investigar a possibilidade de câncer de próstata:

Exame de toque retal

Este exame permite ao médico palpar as partes posterior e lateral da próstata. Com isto, é possível avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos. Para fazer o exame, o médico introduz o dedo no reto do homem – protegido por uma luva lubrificada – e realiza a avaliação. Apesar de desconfortável, o exame é fundamental tanto para o diagnóstico quanto para auxiliar na melhor forma de tratamento. Deve ser encarado como um exame de boca, nariz ou ouvido.

Exame de PSA

É um exame de sangue, que analisa a quantidade do Antígeno Prostático Específico (PSA).  É o marcador mais utilizado no auxílio ao diagnóstico de câncer de próstata. Seu resultado pode indicar alterações na glândula, como prostatite, hipertrofia benigna da próstata ou o câncer de próstata. No entanto, isoladamente, o PSA elevado não significa necessariamente que o indivíduo tem câncer de próstata ou que tem um câncer que evoluiria de forma agressiva.

Caso haja suspeita de tumor na glândula, é necessário realizar uma biópsia. Nesse exame são retirados pedaços muito pequenos da próstata para serem analisados no laboratório.

Quem deve realizar os exames de câncer de próstata.

O câncer de próstata é assintomático nos estágios iniciais. Por isso, a única forma de garantir a cura da doença é através do diagnóstico precoce. No entanto, nem todos os homens devem realizar exames de rotina para diagnóstico da doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML) não recomendam que sejam feito o rastreamento universal. De acordo com a SBU na nota oficial divulgada em setembro de 2018:

“O rastreamento universal de toda população masculina (sem considerar idade, raça e história familiar) apresenta controvérsias, pois pode diagnosticar, entre outros, câncer de próstata de baixa agressividade, que não necessita de tratamento, cujos pacientes são submetidos a biópsias, que têm potencial de complicações (infecção local), e, eventualmente, tratamentos radicais com potencial impacto na qualidade de vida.”

A avaliação médica individualizada é essencial para se verificar se o homem deve ou não investigar a possibilidade de tumores. Isto porque, de acordo com os últimos estudos, em casos de baixa agressividade, o diagnóstico de câncer e efeitos colaterais do tratamento seriam mais prejudiciais à saúde do homem do que o tumor em si. Para homens com idade entre 55 e 69 anos, a decisão de se submeter à triagem periódica baseada na medida do PSA e exame de toque retal deve ser individual. O médico deve apresentar os possíveis benefícios e danos da triagem. Então, o profissional, em conjunto com o paciente, deverão avaliar a necessidade/indicação para cada caso.

Então, como saber se o homem precisa fazer os exames?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem duas diferentes estratégias para o diagnóstico: uma destinada às pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento).

A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia é que homens a partir de 50 anos devem procurar um urologista para conversar sobre os exames de toque retal e PSA. Pessoas com fatores de risco devem consultar o especialista a partir dos 45 anos. Os grupos de risco são:

  • Indivíduos da raça negra e seus descendentes;
  • Pessoas com parentes de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata;
  • Homens com sobrepeso e obesidade.

A frequência com que devem ser feitos os exames também é bastante variável, podendo ser anual ou mesmo a cada quatro anos. Uma vez mais, o profissional, após avaliação médica, é quem poderá orientar para determinar tal periodicidade.

 

REFERÊNCIAS:

Portal da Urologia. Nota Oficial 2018 – Rastreamento do Câncer de Próstata.  Setembro, 2018.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Tipos de câncer: próstata.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Ministério da Saúde. Câncer de próstata: Vamos falar sobre isso? Rio de Janeiro, 2017.
Portal da Urologia. Esclarecimento ao público sobre a importância do PSA na detecção precoce do câncer de próstata. Novembro, 2018.
Portal da Urologia. 10 perguntas sobre o câncer de próstata. Outubro, 2016.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Rastreamento para o Câncer da Próstata. Diretrizes.

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